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A PEDREIRA

Marcelo mal conseguia abrir os olhos. Estava muito cansado e com a cabeça doendo.

Havia apanhado muito, até quase perder a consciência.

Ele sabia exatamente o motivo daquela surra seguida dos xingamentos de “ caloteiro”, “sem palavra” e outros termos bem mais fortes do que aqueles.

Ele pensava o tempo todo a razão de ter se envolvido com aqueles homens, pedir dinheiro emprestado, sujeitar-se a conviver com gente que não tinha nada a perder e, principalmente, não conseguia perdoar-se: Por que não cumpri minha palavra e paguei o que devia conforme havia prometido ?

Agora, estava numa situação delicada e não havia nada o que fazer.

O corpo moído pela surra, os olhos não enxergavam quase nada e aquele barulho de algo se arrastando pelo chão, seguido de um vulto de uma mão colocando algo diante dele, mas que Marcelo não conseguia distinguir.

A visão turva impedia Marcelo de saber onde estava e o que realmente estava acontecendo. Havia pessoas ali, porém, ninguém dizia nada. Apenas aqueles sons que ecoavam na mente de Marcelo.

De repente, o silêncio e a escuridão total.

Aos poucos, sem dar-se conta, Marcelo começou a sentir-se sufocado, sem ar.

Simplesmente não conseguia respirar. Sua cabeça começou a rodar, imagens de sua vida apareceram como num filme, angústia, desespero, tentativas de respirar, sufoco.

Os homens que haviam emprestado dinheiro a Marcelo haviam concluído seu trabalho:

Construíram uma parede firme e forte onde Marcelo moraria para sempre, emparedado vivo.

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